quinta-feira, 29 de outubro de 2009


PROCURA-SE UM HOMEM BOM


O
GRUPO NOVO DE TEATRO


INDENIZA QUEM O ACHAR.


RIA A VONTADE


COM




A VOLTA DO PROMETIDO






de
José Maria Rodrigues Monteiro

Comédia musical representante do nosso mais puro teatro popular nordestino.

A história se passa numa das vindas de Jesus e Pedro ao mundo à procura de um homem bom.
Encontram no interior da Paraíba um pobre Ferreiro, cheio de filhos que gosta de ajudar as pessoas, mas tem um defeito, é viciado no baralho.
Mesmo assim Pedro exige que Jesus faça-o rico para ajudar aqueles que necessitam.

Jesus dá-lhe o poder de ganhar no carteado o dinheiro que necessita. O pobre derrota o...Não vai querer que eu conte tudo, vai???
Censura: Livre Duração: 1h15min





quarta-feira, 28 de outubro de 2009



A PEÇA BRINCA
CANTANDO

As músicas do espetáculo foram criadas especialmente para a peça, repaginando ritmos como a embolada, o coco de roda, a marcha, o frevo e o rap, que ajudam aos climas de tensão e descontração, como nas feiras, nos encontros de bambas e nas rodas de jogo.
Mais uma vez se faz o eterno embate entre o céu e a terra, entre o bem e o mal, desta vez com consequências graves para o bem.








JOSÉ MARIA, O AUTOR

Escrevi o texto em 1976, ainda sob o império do medo da ditadura militar iniciada em 1964. Ele trata de questões morais assim como corrupção, usura, opressão, da dificuldade dos homens se relacionarem com o dinheiro de forma natural. Naqueles anos a grande questão era a opressão política, as botas da ditadura, através da qual víamos todas as outras distorções sociais, como se ela fosse a causadora de tudo. O texto mesmo não foi proibido, mas sofreu alguns cortes, cenas que foram reescritas e que depois, mesmo tendo passado a censura, resolvi deixar como estreou em 1977. Algumas coisas hoje ficariam datadas. Passado essas três décadas vejo que o texto, infelizmente, permanece atual. Se antes tínhamos medo dos militares, hoje temos dos bandidos. Em algumas regiões vive-se na prática um estado de sítio, as pessoas tendo que chegar a casa antes das oito da noite, depois disso só no dia seguinte porque a bandidagem estabelece o toque de recolher. E sabemos ainda que nas comunidades periféricas, ou sobre indivíduos menos aquinhoados, a polícia age do mesmo modo que fazia na ditadura militar. Por outro lado, graças à liberdade de imprensa, temos diariamente que conviver com os mais escabrosos casos de corrupção em todas as esferas do poder, da corrupção policial a dos ilustres representantes do povo no congresso nacional, que nos envergonha, mas que assistimos às vezes perplexos, porque vem da parte daqueles que acreditávamos longe disso. Se antes a corrupção era de alguma forma velada, escondida, porque a censura não permitia que fosse exposta, hoje ela é escrachada, com os corruptos se defendendo entre si como se fossem as vítimas. Tudo isso a peça expõe, mas não de maneira séria porque seria uma tragédia, fazemos através do riso, da galhofa, seguindo a máxima do Molière que disse: A comédia corrige divertindo.
Escrevi toda a peça em sextilhas. A estrofe comum da Literatura de Cordel, inspirada em contos populares e histórias de folhetos, como o nordestino chamava o cordel. Mas a inspiração primeira veio de Brecht e de sua A Alma Boa de Set-Suan, porque a peça trata da vinda de Jesus e Pedro ao mundo a procura de um homem bom. São comuns no Nordeste as narrativas populares que tratam de Jesus e Pedro andando pelo mundo. Quando assisti a Brecht vi que meu mundo infantil era povoado de histórias como aquela em que ele se inspirou.



A DIREÇÃO

Acho que me deixo levar pelo autor quando dirijo minhas peças O mais importante para mim é contar a história de forma direta e clara. Minha imaginação é mais literária que visual. Dou também muita liberdade aos atores, gosto que eles se sintam livres em cena para criar, às vezes encontro alguém muito caqueiro, aí temos que negociar porque a liberdade para dizer pressupõe compreensão sobre o que se diz. Mas a melhor cena é a que vence e se for a do ator tanto melhor, porque assim vamos recriando o texto a cada montagem.
Isso os atores compreendem logo vendo minha forma de criar em cena, de interpretar, não respeitando muito o autor, mas a cena, o momento em que se está trabalhando. Isso abre espaço para que eles também possam agir da mesma forma. O teatro, como sabe, é o império do ator. Graças a Deus!
Por falar nisso, muitos dos textos que escrevi, principalmente A Volta do Prometido, escrevi para mim. Escrevi porque eram as coisas que eu queria dizer no palco. Assim como é Tizé e o Pavão Misteriosos.
Se forem ingênuas, simples, não importa, são do tamanho de minha capacidade de criar, na medida em que me dão prazer em dizer. Por isso estou à frente do elenco defendendo o Ferreiro, o último homem justo, que se vê sufocado pela necessidade de preservar o dinheiro que ganha.
Tem outra questão que é a proposta sobre a qual trabalho, que é a do Teatro de Raízes Populares. Sinto-me a vontade, bem mesmo, trabalhando sobre esse mundo maravilhoso que é a cultura popular, e trato com o maior respeito todas as questões, mas num diálogo permanente entre o que penso, o que sinto e o que pesquiso, nunca de forma autoritária, arbitrária, ou subserviente. Reverencio os homens que dedicaram suas vidas a compreender e a revelar esse mundo maravilhoso, como Câmara Cascudo, Silvio Romero, Altimar Pimentel, Leonardo Mota...e tantos mais. Sem eles muito do que fazemos seria quase impossível.




DE ONDE VEM A OBRA?

A cultura popular está na origem do Teatro. Teatro popular — danças, cantos, mascaradas — antecedeu à forma erudita como ocorreu na Grécia e em outros locais.
Assim o teatro e a cultura popular sempre estiveram juntos, a segunda influenciando o primeiro até quando este se afastou das ruas, do povo, para ganhar os salões nobres.
Embora o Teatro de Raízes Populares já fosse praticado em vários países,

no Brasil, até a década de 1940, era bastante incipiente. Nesse sentido, o surgimento em 1945, do Teatro de Estudantes de Pernambuco, nascido na Faculdade de Direito de Recife, grupo teatral que reuniu nomes como Joel Pontes, Hermilo Borba Filho, Gastão de Holanda, Aloísio Magalhães e Ariano Suassuna, com o objetivo de “fazer literatura erudita a partir da popular”, foi um marco para o desenvolvimento desse teatro. Nesse contexto surgiu Ariano Suassuna como dramaturgo, com peças inspiradas em folhetos da Literatura Popular em Versos. Em 1955 baseado em quatro “folhetos”, — O enterro do cachorro, História do cavalo que defecava dinheiro, O castigo da soberba e A peleja da Alma — escreveu sua obra prima: O Auto da Compadecida. Outro marco foi a criação por Haroldo Costa, no Rio de Janeiro, em 1948, do Teatro Folclórico Brasileiro, que representou a tentativa de formar um conjunto organizado e de sentido profissional. As apresentações do grupo, em 1950, reuniam folguedos, bailes e cenas populares, cerimônias afro-brasileiras e utilizava-se de ritmos e cantos folclóricos.
Em todo o país surge depois exemplos da utilização da cultura e da arte popular no teatro. Exemplo de dramaturgia de raízes populares são as obras de autores como
Jorge de Andrade - Pedreira das Almas;
Gianfrancesco Guarnieri - Gimba, presidente dos valentes;
César Vieira — Bumba, meu Queixada;
Alberto Soffredini — Na Carreira do Divino, somente para ficar nos paulistas.
É a essa linhagem, portanto, que nos filiamos e estamos empenhados em valorizar desenvolvendo nosso trabalho artístico, por isso nos debruçamos sobre a poesia, a música e a contística popular para criar A Volta do Prometido.







CENÁRIO

Praticável posicionado no fundo de cena ,
medindo 3 x 1,5 m, com 2,1 m de altura.
Baú medindo 1x 0,6 m.
Panos coloridos ornando o espaço


A VOLTA DO PROMETIDO
de
JOSÉ MARIA RODRIGUES

Músicas:JOSÉ MARIA RIDRIGUES
PEDRO IVO – PEDRO SANTOS
SÉRGIO GUIMARÃES – PAULO BRAND

Direção musical:PEDRO IVO
Assistente direção:GEDIVAN DE ALBUQUERQUE
Figurinista:FÁTIMA MARTINS
Estagiária (EAT) figurino:VERA GAMA
Iluminador:DAVID ISRAEL
Operação de luz:DAIENE MENDES
Programador visual:ELIO DE OLIVEIRA
Web designer:ROSEMBERG
Produção Executiva:MARJORIE GUEDES / ROSANÍ FRAN
Assistentes de produção HENRIQUE MONTEIRO
Direção Geral/ de Produção:JOSÉ MARIA RODRIGUES
Fotografia:TICIANA ALCÂNTARA
ELENCO

ANDRÉ MILLIONS
ANTONIO YSMAEL
GEDIVAN DE ALBUQUERQUE
GUIDI VIEIRA
JOSÉ ARAÚJO
JOSÉ MARIA RODRIGUES
LUCIANA LOPES
MARCELO MARCOS
MARJORIE GUEDES
RENATA DAFLON
ROGÉRIO MONSORES
VICTOR FLORES

MÚSICOS:
FELIPE CHERNICHARO - VIOLÃO
FELIPE MIRANDA – FLAUTA TRANSVERSA


APOIADORES

Centro Cultural Laurinda Santos Lobo
Taba Cultural Editora
Telefone de Contato: ( 21 ) 38520956 e 98573157